Estou aqui, sentado em frente ao computador, há uns dez minutos, sem saber o que escrever, tão embasbacado que me sinto. Comentei, hoje de manhã, que este clima de festa incomodava e que o Joel tinha razão em se preocupar com isso. O que era uma festa virou um grande mico, o maior em muito tempo. Um verdadeiro vexame.
O Flamengo começou o jogo bem, apesar daquele meio-campo que eu venho falando há tempos que não gosto: Jaílton, Kléberson, Ibson e Toró. A única diferença foi o Kléberson no lugar do Cristian; até aí, seis por meia dúzia. Meu problema, porém, é sempre com Jaílton e Toró. O Ibson, que perdeu seu futebol não sei onde, mais uma vez, errou tudo. Mesmo assim, o Flamengo dominava o jogo por conta de seus laterais. Mas acabou caindo de produção, sobretudo por conta de um ataque inoperante em que Marcinho omitia-se e Souza, o atacante que não faz gol, isolava bolas e mais bolas, sempre com um sorrisinho no rosto.
Como diz uma máxima do futebol, quem não faz leva e o Flamengo levou o primeiro num lance que só posso considerar estranho. Cabañas chutou uma vez, a bola bateu num jogador do Flamengo e voltou para ele; Cabañas chutou a segunda vez, a bola bateu num jogador do Flamengo, bateu na cara dele e sobrou para ele acertar um chute incrível.
O 1 a 0 não preocupou o Flamengo, que achou que não era temerário o placar e que, com a vantagem que tinha, poderia administrar o jogo. Mas continuou sem fazer o seu gol e, mais uma vez, foi castigado. Aos 38, contra-ataque do América. Esqueda recebeu livre e tocou na saída do Bruno. O que era festa e certeza virou nervosismo e dúvida. O time passou a jogar na base do desespero, mas esbarrava na inoperância do ataque e nos erros de passe que nasceram do nervosismo.
O time voltou para o segundo tempo com Obina no lugar de Klebérson. Confesso que não entendi. Não sou técnico, nem sei jogar bola direito, mas não entendi o porquê de tirar o Klebérson que, do meio-campo, era o único que fazia jogadas com o Juan, e deixar o Ibson ou, mesmo, deixar o Souza. Aos 10, tirou, finalmente, o atacante que não faz gol e, pelo jeito, nem sabe mais chutar e colocou Tardelli. Só que o meio-campo não ajudava. Mesmo assim, o Flamengo continuou dominando o jogo e criando chances. O América ficou na defesa, explorando apenas os contra-ataques e sustentando o seu ferrolho. Em dado momento, a TV mostrou que o Flamengo havia chutado dezenove vezes e o América, apenas seis, mas o placar estava 2 a 0 para eles. Como quem não faz, leva, aos 32, numa cobrança de falta, que desviou na barreira e matou o Bruno, fizeram 3 a 0.
A partir daí, nervosismo puro. Joel resolveu colocar o Renato Augusto, mas no lugar do Jaílton. O Ibson, que jogou absolutamente nada, continuou em campo. O porquê, só o Joel sabe. Aos 39, Juan, bobamente, foi merecidamente expulso. E o que parecia impossível, aconteceu: o Flamengo perdeu por três gols de diferença e foi eliminado. A soberba foi severamente castigada.
Caio Jr. receberia um time em excelente fase, mas acabou ganhando um time em pedaços. Ficou provado que o Flamengo depende muito da estrela de Joel e de Obina. Como nenhuma das duas brilhou hoje, ficou este sabor amargo na boca da torcida.
O mico foi tão grande que apagou todo o brilho da final de domingo, que ocorreu há apenas três dias. Souza e Obina são atacantes bons o suficiente para o Flamengo? Ibson merece um investimento tão grande, quatro milhões de euros, para a sua permanência? Como ficará o meio de campo do Flamengo com Caio Jr.? Será que Toró e Jaílton serão ainda titulares absolutos?
Algumas certezas ficaram: como a ausência do Fábio Luciano é sentida; como o Leonardo, que entrou em seu lugar nessa partida, é lento e perdido na marcação; como o Flamengo depende dos seus laterais; como as jogadas ensaiadas fazem falta; como o rubro-negro precisa de atacantes decentes, atacantes que façam gols; como nem sempre é bom contar com a sorte; e como não existe jogo ganho.
O sonho acabou. Só resta esperar que o Brasileiro traga-nos alegrias. O Flamengo, no entanto, passou da certeza à dúvida em noventa minutos, a torcida está mais uma vez com um pé atrás, para não dizer os dois. Que herança deixou o Joel para o Caio Jr.. Tomara que ele consiga juntar os cacos e organizar o time, caso contrário, o Flamengo, que domingo era considerado um dos candidatos a campeão brasileiro deste ano, lutará novamente contra o fantasma do rebaixamento. Pode parecer exagero meu, mas esta eliminação, do jeito que foi, abala a moral de qualquer time. Oxalá o Caio Jr. consiga administrar esta situação.
4 comentários:
Eu não acreditava no que eu estava vendo. Achava que o mais classificado dos times brasileiros era o Flamengo.
Uma pena.
Mas que eu vou secar o São Paulo isso eu vou.
Abraço!!
é o tipo de vexame inqualificável e irretorquível.À parte o clima nefasto de "já ganhou" que reinava desde segunda-feira, o time, inquestionavelmente, entrou portando vistoso scarpin no lugar das chuteiras; acomodação no lugar da luta; irresponsabilidade no lugar da raça. E veja a ironia: no terceiro gol, quem desviou a bola e enganou Bruno? Obina.
Esse novo "maracanazo" serve para uma coisa: abrir os olhos da maior torcida do mundo para os (muitos) defeitos do time e para as (gargantuescas) limitações da equipe.
O Flamengo jogou só até os quinze minutos do primeiro tempo. O resto do jogo foi abaixo da crítica. E mais: a partir dos 30 do segundo tempo, desespero puro: não acertavam um passe!
Por mais que o Kléber Leite fique vituperando nas rádios e televisões hoje, a conclusão é uma só: foram irresponsáveis.
Resumo o jogo de ontem com uma só palavra que representa a imagem de um torcedor do flamengo sempre entusiasmado e presente aos jogos do seu clube de coração:
TRISTEZA.
A auto confiança dos jogadores do Flamengo foi muito forte, achavam que a qualquer momento poderiam ganhar o jogo, quando perceberam já perdiam de 2 a 0.
No terceiro, do "Banhas", não acreditei, todos com uma cara apática. Podíamos perceber que até o próprio Luís Roberto que estava narrando o jogo na TV Globo não acreditava no que estava narrando.
Tive uma sensação que estava em 1950 dentro do Maracanã assistindo ao jogo BRASIL X URUGUAI. Segundo o que dizem os nossos pais e tios, que viveram aquele jogo acho que foi a mesma coisa. Uma apatia, até a torcida num dado momento não acreditava mais no time.
Tiremos um aprendizado: Libertadores é diferente, jogar sempre, festejar só no final.
Espero que à partir de domingo contra o Santos o Mengão comesse seu rumo à Libertadores 2009, o que é uma OBRIGAÇÃO DESSE GRUPO que tanto folgou e descansou para dar prioridade aos jogos da Libertadores.
Uma pena, não merecíamos isso!
Mas, Uma vez Flamengo sempre Flamengo!
Um abraço!
Marco Antonio Cruz
Coisas que só o flamengo faz...
Postar um comentário