O psicoterapeuta disse que sou hiperativo. A criação deste blog surgiu pouco depois de ser assim diagnosticado. Segundo o site especialista Hiperatividade (que já existia antes do meu blog, mas eu não sabia!), os portadores deste distúrbio são freqüentemente rotulados de "problemáticos", "desmotivados", "avoados", "malcriados", "indisciplinados", "irresponsáveis" ou, até mesmo, "pouco inteligentes". Mas garante que "criativo, trabalhador, energético, caloroso, inventivo, leal, sensível, confiante, divertido, observador, prático" são adjetivos que descrevem muito melhor essas pessoas. Eu, particularmente, creio que sou uma mistura disso tudo aí. Cheio de muitas idéias, muitos sonhos e muitos projetos. Muita vontade e muito trabalho. Muitas vertentes e muitas atividades. Sou editor-adjunto do Crônicas Cariocas. Não deixem de visitar minhas colunas: Cinematógrafo; Crônicas; Poesias; e HQs. Ah! Visitem o Magia Rubro Negra , site de apaixonados pelo Mengão, para o qual tive o prazer de ser convidado a fazer parte da especial equipe!!!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

4º Dia - Festival do Rio 2009

Uma barragem contra o Pacífico

Primeiro filme da minha quarta noite do Festival. Comecei mornamente a minha noite. O filme tem um ritmo lento e uma história com uma visão totalmente pessimista do mundo. Apesar da coragem da mulher em montar seu negócio no Camboja e de lutar por ele com unhas e dentes, todos os personagens, inclusive ela, são de moral duvidosa, oportunistas e interesseiros. Vejam a sinopse:

Em 1931, uma viúva francesa vive com seus dois filhos na Indochina sob administração colonial. Todo o dinheiro da família foi investido na compra de terras que se revelaram inférteis, e que são anualmente inundadas pelo mar. Lutando contra os burocratas corruptos que a passaram pra trás, ela empreende o impossível projeto de construir uma barragem entre sua propriedade e o oceano, no qual conta com a ajuda dos camponeses. Enquanto isso, sua filha Suzanne desperta o interesse do chinês M. Jo, filho de um poderoso homem de negócios. Baseado no romance homônimo de Marguerite Duras.

Esta visão negativa de todos acaba por gerar um distanciamento. Não há simpatia por personagem algum, uma vez que todos são canalhas. A mãe é apaixonada pelo filho e quer usar a filha como moeda. O filho é o canalha machão que não respeita ninguém. A filha usa seus “dotes” para seduzir o chinês rico e ganhar “presentes” (em um primeiro momento, ela parece ser inocente, mas é, nas palavras da mãe e do irmão, “uma vadiazinha”). O chinês quer as terras de todo mundo e não hesita em usar de subterfúgios; também quer a filha da “mulher branca” e tenta comprá-la. Os administradores e o banco querem tirar proveito dos outros e por aí vai.

O filme tem quadros e cenas bonitos. O trabalho do elenco, de maneira geral, é bom. Mas fica uma sensação de que falta algo. Eu creio que seja identificação. Não consegui interagir com o filme e acabei ficando com sono. C’est La vie!

Nota 5


Politist, Adjectiv

Segundo filme da quarta noite. O sono continuou, não porque o filme é ruim, mas porque insiste em cenas compridas e, muitas vezes, desnecessárias. Se fosse um curta, seria ótimo! Junte-se a isso um ritmo lento e repetitivo, e veja o que dá. A Sinopse:

“O policial Cristi tem como missão investigar Victor, jovem suspeito de tráfico. Ao constatar que se trata apenas de um usuário de haxixe que ofereceu a droga a dois colegas, recusa-se a prendê-lo. Embora “oferecer” seja considerado crime na Romênia, Cristi não quer arruinar a vida de alguém tão novo, que ele considera apenas irresponsável. Além disso, sabe que as leis no país devem mudar logo, devido à adoção de leis comuns da União Européia. Mas para seu chefe, a lei vigente precisa ser aplicada a todo custo.”

A sinopse resume bem. Temos 95 minutos até o filme propriamente dito: o confronto entre o policial e o chefe de polícia, entre o ataque e a defesa à Lei, discussão muito em voga entre os advogados. A Lei deve ser seguida como está redigida ou deve ser interpretada e considerada caso a caso? Esta sequência vale o filme inteiro, mas é necessária muita paciência para se chegar a ela. Até lá, só as duas sequências em que há os diálogos entre marido e mulher valem a pena. O resto é sobra, é teste para o seu saco.

A opinião do diretor fica clara com a cena final, que é bem legal. Só fiquei com uma sensação de muito para pouco. Muito filme para pouco a contar.

Nota 7


Águas turvas
Último filme da minha quarta noite. Uma história muito interessante, mas que a meu ver optou por uma forma equivocada de ser contada. Primeiro temos o ponto de vista do suposto assassino e, depois, o ponto de vista da mãe da vítima. Entre a mudança, um fato que só teremos confirmação de quem fez, no final. A sinopse:

“Em seu último dia na cadeia, Jan Thomas é espancado por seus companheiros de prisão. Ele sabe, no entanto, que a “despedida” poderia ser pior, já que cumpriu pena por ter matado uma criança. Jan negou o crime até o fim e agora espera poder deixar o passado para trás ao conseguir emprego como organista em uma igreja de Oslo. Lá acaba se envolvendo com a pastora Anna, e cria laços afetivos com Jens, o filho dela. Um dia a igreja recebe a visita da professora Agnes e seus alunos. Observando o talentoso organista, Agnes reconhece em Jan o suposto assassino de seu filho.”

O problema é que não há surpresa guardada para o final, o que me leva a crer que era melhor ter mostrado o que acontecia com um e com outro em paralelo. Não chega a ser um grande problema e a boa história supera o como foi contada. Este, apesar da madrugada seguir, conseguiu tirar o meu sono e me deixar interessado.

Ao contrário do primeiro filme da noite, os dois personagens geram simpatia e antipatia ao menos tempo. Há uma dualidade quase palpável neles. Gera debates interessantes sobre as atitudes deles e sobre como cada um optou por caminhos diferentes. Eu gostei.

Nota 8.

Nenhum comentário: