O psicoterapeuta disse que sou hiperativo. A criação deste blog surgiu pouco depois de ser assim diagnosticado. Segundo o site especialista Hiperatividade (que já existia antes do meu blog, mas eu não sabia!), os portadores deste distúrbio são freqüentemente rotulados de "problemáticos", "desmotivados", "avoados", "malcriados", "indisciplinados", "irresponsáveis" ou, até mesmo, "pouco inteligentes". Mas garante que "criativo, trabalhador, energético, caloroso, inventivo, leal, sensível, confiante, divertido, observador, prático" são adjetivos que descrevem muito melhor essas pessoas. Eu, particularmente, creio que sou uma mistura disso tudo aí. Cheio de muitas idéias, muitos sonhos e muitos projetos. Muita vontade e muito trabalho. Muitas vertentes e muitas atividades. Sou editor-adjunto do Crônicas Cariocas. Não deixem de visitar minhas colunas: Cinematógrafo; Crônicas; Poesias; e HQs. Ah! Visitem o Magia Rubro Negra , site de apaixonados pelo Mengão, para o qual tive o prazer de ser convidado a fazer parte da especial equipe!!!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

História bem contada

O Contador de Histórias, que estreia no dia 07 de agosto, apresenta a vida de Roberto Carlos Ramos, considerado um dos dez maiores contadores de histórias do mundo. A película de Luiz Villaça é rica, pois dispõe de uma história fantástica muito bem conduzida na telona.

Aos seis anos, Roberto Carlos Ramos é internado por sua mãe em uma instituição para menores carentes em Belo Horizonte, que, segundo uma propaganda da TV, preparava crianças para serem ‘médicos, advogados, engenheiros’. Dotado de imaginação fértil, chega aos 13 anos analfabeto, com mais de 100 fugas no currículo, várias infrações e o diagnóstico de irrecuperável. O encontro com uma pedagoga francesa muda, para sempre, a vida de Roberto.

Apesar de toda a violência pela qual passa, que é mostrada sem eufemismos, o filme leva-nos pela vida fantástica deste menino que era considerado irrecuperável, mas que mudou completamente ao encontrar o afeto de uma pedagoga francesa que estava fazendo uma pesquisa no Brasil.

Há passagens deliciosas, como a história da caneta que assinou a Lei Áurea, na participação de Chico Diaz, que conclui com uma afirmação para lá de acertada da personagem da portuguesa afrancesada Maria de Medeiros. A cena do banco é impagável; conseguem imaginar um assalto a banco feito pelos Jackson 5 e família? Aliás, são várias as cenas que podem calar fundo no coração e fazer os olhos verterem lágrimas de alegria e de tristeza.

Fico envergonhado em admitir que nunca havia ouvido falar neste Roberto Carlos, mas, ao ler a entrevista de Luiz Villaça, fiquei mais tranquilo: Em janeiro de 2002, coloquei meu filho Nino, então com três anos, para dormir e comecei a ler um livro que ele ganhara de Natal: O Contador de Histórias, de Roberto Carlos Ramos. Era um livro de histórias e na última página encontrei um resumo da vida do autor, de quem nunca tinha ouvido falar. Fiquei completamente tomado. No dia seguinte falei com a Denise, consegui o telefone do Roberto Carlos com a editora e liguei para ele. Quando falei da ideia de fazer um filme, ouvi: “Não estou acreditando. Acabei de chegar de um congresso de contadores de história nos Estados Unidos e alguém da platéia me falou, ‘esta história tem que virar um filme!’. Trouxemos ele para São Paulo e durante algumas horas, diante de um gravador, Roberto Carlos contou a sua história, chorou, nós choramos. Somente depois descobri que ele já tinha estado no programa do Jô e dado uma entrevista histórica.

Somos apresentados aos atores Marco Antonio Ribeiro, Paulo Henrique Mendes e Cleiton dos Santos da Silva que são Roberto Carlos aos 6, 13 e 20 anos. O primeiro faz a fase inocente para revoltado; o segundo, a fase irrecuperável para a volta por cima; o último, além de narrar, representa a transformação e a busca por saber mais e por transmitir sua alegria. Todos muito bem, em especial o menino Paulo Henrique Mendes.

Creio que o grande mérito do filme é saber contar a história (com trocadilho, por favor). Seja por meio de um tema musical, seja por meio de metáforas (maravilhosamente usadas numa cena de fuga, marcando a transição de uma fase à outra) ou por meio da sensibilidade que Villaça imprimiu em toda a película. Tudo bem dosado e bem pesado. É filme para ser visto e revisto.

Nota 9

Um comentário:

Pedro Henrique Gomes disse...

Parece ser um filme bacana.

E obrigado pelo selo, Tito!!!