Meu primeiro dia
Como
sempre, não é possível, para mim, assistir à quantidade de filmes que gostaria
no Festival do Rio. Só poderei ver filmes à noite e apenas em alguns dias, o
que limitou minhas opções e escolhas. Hoje, segunda-feira, dia 29/09/2014, foi
o meu primeiro dia e assisti a dois filmes.
Documentários
nunca foram a minha praia, mas era o que tinha para hoje... e dois de uma
vez!!! Vamos lá:
112 Casamentos
O
primeiro filme a que assisti foi um belo começo. O documentarista Doug Block,
para ganhar dinheiro, fazia, em paralelo aos seus documentários, vídeos de
casamento. Vinte anos e mais de cem casamentos depois, resolveu revisitar seus
casais preferidos e descobrir como estão.
Para
ser sincero, adorei o filme. Nunca havia parado para pensar em como o “cara que
faz a filmagem” tem acesso, tão de perto, a essas emoções especiais em um
momento tão importante da vida de um casal. Ele realmente vivenciou momentos
ímpares na vida de inúmeras pessoas, tornando-se a pessoa mais próxima e íntima
durante um curto espaço de tempo.
Além
de nos brindar com esses momentos mágicos de festa e felicidade, ele contrasta
com a realidade da vida. Alguns deles bem comuns, com uma separação aqui ou um
casal que vive bem com seus filhos ali. Mas há figuras preciosas também.
Experiências que nos fazem pensar o quanto a vida pode ser imprevisível, mas
também recompensadora.
Seus
noventa e cinco minutos valem a pena.
Nota
8,5
Espetáculo: O julgamento
de Pamela Smart
Segundo
filme da primeira noite. Só posso dizer uma coisa: comecei bem o festival. Dois
documentários e me surpreendi com ambos.
Espetáculo versa sobre o primeiro julgamento a
ser totalmente televisionado, tornando-se o precursor dos reality shows. Um caso marcado pela dúvida, mas executado e
finalizado como se fosse certeza.
O
documentarista Jeremiah Zagar conta-nos a história de Pamela Smart, uma mulher
que foi acusada de matar o marido com a ajuda de um adolescente de 16 anos, seu
amante. Ela, ainda hoje, alega inocência.
A
montagem é primorosa, intercalando cenas da época, cenas atuais e algumas cenas
dos dois filmes que se inspiraram na história, dando um ritmo agradável aos
seus cento e dois minutos. Desse modo, o documentário apresenta os fatos e os
argumentos de maneira aprofundada, levantando questões sérias sobre o caso. Há
indícios que condenam Pamela Smart, mas há muitos que a inocentam.
Senti
que o documentário colocou-me na posição de jurado, o que foi muito legal, mas
não consegui chegar a uma posição definitiva sobre o caso. Creio que a intenção
de Zagar não fosse concluir se ela é culpada ou inocente, mas mostrar que ela
foi mal condenada e que tem direito à apelação, pois há aqui a tão famosa reasonable doubt ou, traduzindo, dúvida
razoável.
Gostei!
Nota 8
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