Vou contar uma coisa que pouca gente sabe e só vou contar porque a figura principal da história é o maior ídolo esportivo que eu tenho, ao lado apenas de Ayrton Senna. Para mim, não existe Pelé e, muito menos, Maradona, quando se fala em futebol. Estou, porém, adiantando-me. Vamos do início.
A história começa em mil, novecentos e setenta e tal. Eu, um menino novinho, com um pai vascaíno que nunca ligou para futebol e do qual recebi as paixões pelo cinema e pelos quadrinhos – mas isso é outra história. Apareceu, então, meu tio Peck, um pernambucano da pacata e distinta cidade de Panelas, no interiorzão de Pernambuco, que veio para o Rio e se tornou um apaixonado torcedor do Botafogo. Eu e meus irmãos éramos vidrados neste tio, o mais novo dos vinte e seis filhos do meu avô materno. Um dos caras mais bacanas que conheci e o tio mais presente.
Além dele, uma amiga de trabalho da minha mãe, a Dra. Márcia, a botafoguense mais fanática que já vi (afinal, torcedor fanático do alvinegro é raro) e a primeira mulher que eu conheci a discutir futebol de igual para igual com o mais entendido dos entendidos do esporte bretão, fez de tudo, junto com ele, para me transformar em um torcedor do time do estádio “Vazião”.
O fato é que quase conseguiram. Levaram-me a jogos, cantavam-me hinos e me faziam torcer pelo time deles. Não esperavam, porém, que eu fosse resgatado de destino tão cruel e sofredor. O Salvador veio de Quintino e foi ele, com uma ligeira ajuda do Capacete, que fez de mim o mais que apaixonado CIDADÃO RUBRO-NEGRO. O Galinho, meu ídolo maior do futebol (e o de muita e muita gente), fisgou o meu coração para o FLAMENGO.
O que me impressiona é que não dá para dissociar a imagem do Zico da imagem do Flamengo. Elas se confundem. SEMPRE!!! São simétricas. Não há quem tenha a mesma interação. O único que chega próximo é o Mestre Junior. Não existe presidente, diretor, técnico ou jogador com a mesma identificação. Representante maior de uma imensa Nação!
Devo a este cara todas as emoções que tive ao longo dessas três décadas de amor rubro-negro. Um cara que sempre suou sangue vermelho e preto. Que nunca se disse de outro time, mesmo quando trabalhou para tantos outros depois. Um cara que respira Flamengo, mesmo estando do outro lado do mundo.
A primeira coisa que fiz quando cheguei ao Magia foi ir ao encontro que o Moraes promoveu com o nosso ídolo. Pessoas, tremi na base quando o Justino e o Holanda pediram-me para fazer este “serviço”. “Você topa?”, perguntaram. “É claro!”, respondi. Larguei o escritório e saí correndo para o encontro, sem conseguir arranjar uma câmera fotográfica.
Lá, vi o Galinho receber mais de cinquenta pessoas com um sorriso estampado no rosto durante horas. Assinou tudo o que colocaram na mão dele: camisas, bonés, revistas, livros, faixas e uma infinidade de coisas. Tirou inúmeras fotos e atendeu cada um dos seus fãs. Um rapaz de quase dois metros de altura veio da Bahia para este encontro. Quando viu o Galinho, começou a chorar. Quando viu, Zico deu um tapinha no ombro dele e disse: “Tá chorando por quê, cara? Isso aqui é Flamengo, é só alegria.”. Galera, a gente estava no CFZ e ele disse que aquilo ali era Flamengo. Se eu já o admirava, imaginem a partir daquele momento.
É O cara da história do mais querido. Um homem honrado que sempre transbordou confiança e inteligência por onde passou. O que ele fizer pelo clube, assino embaixo. Por mais que digam coisas contra ele e inventem crises que não existem. Confio plenamente nele e sigo esperançoso de um futuro melhor para a nossa Nação.
EQUIPE Magia Rubro Negra
fabricio@magiarubronegra.com.br
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