O psicoterapeuta disse que sou hiperativo. A criação deste blog surgiu pouco depois de ser assim diagnosticado. Segundo o site especialista Hiperatividade (que já existia antes do meu blog, mas eu não sabia!), os portadores deste distúrbio são freqüentemente rotulados de "problemáticos", "desmotivados", "avoados", "malcriados", "indisciplinados", "irresponsáveis" ou, até mesmo, "pouco inteligentes". Mas garante que "criativo, trabalhador, energético, caloroso, inventivo, leal, sensível, confiante, divertido, observador, prático" são adjetivos que descrevem muito melhor essas pessoas. Eu, particularmente, creio que sou uma mistura disso tudo aí. Cheio de muitas idéias, muitos sonhos e muitos projetos. Muita vontade e muito trabalho. Muitas vertentes e muitas atividades. Sou editor-adjunto do Crônicas Cariocas. Não deixem de visitar minhas colunas: Cinematógrafo; Crônicas; Poesias; e HQs. Ah! Visitem o Magia Rubro Negra , site de apaixonados pelo Mengão, para o qual tive o prazer de ser convidado a fazer parte da especial equipe!!!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Jogo


A gente chega a um ponto na vida em que percebe que ela é nada do que a gente imaginava. Ela ensina que o que aprendemos é pouco e que esse pouco, quase sempre, é relativo. São tantas variáveis, tantas maneiras de se interpretar. Como diriam os mais jovens, a vida trolla a gente, sem dó, piedade ou compaixão. A vida é impessoal e não está nem aí.

As decepções são tantas. Os segredos e as vergonhas acumulam-se. Guardamos tudo dentro de nós a ponto de nos fazer mal. Não confiamos em mais ninguém para confidenciar ou mesmo desabafar. Temos medo de ser julgados, independente de haver ou não um veredito justo. Não queremos julgamento, queremos compreensão, apoio e permuta de experiências.

Os tombos foram tantos. As cicatrizes, profundas e feias, são eternos avisos de “perigo”, “não confie”, “você se decepcionará de novo”, “essa pessoa vai te sacanear” e por aí vai. Fica difícil, quase impossível, abrir-se de novo. Resultado: você se convence de que fica melhor sozinho. Mas a solidão chega e, por mais que você não queira admitir, sente falta de um alguém que possa ouvir e falar sem falsos pudores, que se importe com você e não com as coisas que fez.

O problema é que toda essa segurança, toda essa proteção, toda essa desconfiança, todo esse receio, todo esse medo, essa merda de casulo em que você se enfia, deixa-o cego para quando a pessoa aparece. Ela vem e você não a percebe ou não acredita. O bom é que a pessoa nunca vai embora, nunca desiste. Ela não insiste, não pressiona. Às vezes se afasta, mas está ali, esperando ser notada. Ela sabe que tudo depende de você.

Há um porém. Ela também é igual a você. Precisa das mesmas coisas. Sente-se sozinha e não gosta disso. Também tem dúvidas. Aí, você a vê com alguém e pensa que ela é volúvel, que não o quer de verdade e você se decepciona, mas não por causa dela, decepciona-se por causa das experiências passadas que o levam a julgar da maneira que não queria ser julgado.

Alguns conseguem criar um casulo e afastar todos e tudo. Ficam totalmente sozinhos, mesmo se machucando no processo. Outros não conseguem ficar sozinhos e pulam de relacionamento em relacionamento na vã esperança de encontrar aquela pessoa, que ela sabe quem é, mas que demora tanto que a enche de incertezas.

De incertezas em incertezas, vamos vivendo, deixando “a vida nos levar” ou nos trollar. Sabendo, entretanto, que só depende de nós qualquer passo. Fechar-se em um casulo é uma segurança relativa, pois a consequência é passar pela vida e não a viver. É necessário arriscar-se, não se ganha na loteria sem jogar.

A vida é o jogo, o amor é o risco e ser feliz é o prêmio. Muitas vezes, nessa loteria, faremos alguns pontos ou ponto nenhum. Em alguns momentos, ficaremos a um ponto da premiação máxima. Mas, com muita insistência e alguma ventura, podemos tirar a sorte grande. É necessário arriscar. Vamos jogar!

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