O psicoterapeuta disse que sou hiperativo. A criação deste blog surgiu pouco depois de ser assim diagnosticado. Segundo o site especialista Hiperatividade (que já existia antes do meu blog, mas eu não sabia!), os portadores deste distúrbio são freqüentemente rotulados de "problemáticos", "desmotivados", "avoados", "malcriados", "indisciplinados", "irresponsáveis" ou, até mesmo, "pouco inteligentes". Mas garante que "criativo, trabalhador, energético, caloroso, inventivo, leal, sensível, confiante, divertido, observador, prático" são adjetivos que descrevem muito melhor essas pessoas. Eu, particularmente, creio que sou uma mistura disso tudo aí. Cheio de muitas idéias, muitos sonhos e muitos projetos. Muita vontade e muito trabalho. Muitas vertentes e muitas atividades. Sou editor-adjunto do Crônicas Cariocas. Não deixem de visitar minhas colunas: Cinematógrafo; Crônicas; Poesias; e HQs. Ah! Visitem o Magia Rubro Negra , site de apaixonados pelo Mengão, para o qual tive o prazer de ser convidado a fazer parte da especial equipe!!!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Amor

Há algo engraçado no amor. Pense em como ninguém nunca conseguiu defini-lo. Dizem muito sobre ele e alguns o fazem de maneira soberba, com versos lindos, de métrica perfeita, plenos de ritmo, alguns com sonoridade heróica, magníficos de fato; mas definição que é bom... nada. Mais engraçado ainda é que quem melhor o diz, provavelmente nunca o sentiu de verdade, faz conjecturas, imagina coisas bonitas, pelas quais vale à pena sofrer... e como sofrem, muitas vezes até com feridas que doem, mas não se sentem. Sofrimento antecipado que não há como entender; sofre-se antes, durante e depois destes amores imaginados ou, até mesmo, idealizados. A impressão que fica é que o amor mata a quem dele vive, que glorifica e engrandece, mas pelo martírio, não pela felicidade. As pessoas geralmente o associam a coisas tristes ou sérias, deixando as alegres e divertidas para a paixão ou o sexo.
O que me causa muita estranheza é o fato de o amor, dito como puro, sofrido e sincero, ter como regulador o sexo, dito como impuro, prazeroso e carnal, e que é a essência deste amor sobre o qual estamos falando, pois sem este, aquele seria o mesmo que o amor entre irmãos, ou pais e filhos. Amor e sexo são coisas independentes e bem diferentes, mas um não sobrevive sem o outro quando se referem às mesmas duas pessoas, o amor não dura para sempre sem o sexo, no máximo vira outro tipo de amor, fraternal, paternal ou maternal, mas nunca o mesmo, e o sexo sem amor é aventura, sobrevive do tesão, que sem sentimento, invariavelmente acaba, embora muitas vezes, para não dizer quase sempre, deixe lembranças e histórias para o resto da vida.
Posso falar sobre ele de forma bonita. O amor é árvore que dá fruto e seiva ao sentimento, raiz que ramifica em dores e lamentos, e hora se transfigura em rosas, em botões, deixando em fogo, em brasa, os corações. Não é original, é um excerto de um poema que li num caderno de poesias da minha avó. É lindo, mas não é uma definição. São metáforas maravilhosas que falam sobre o amor, mas não o definem, não nos dão compreensão.
Quis compreender o amor, quis amar um dia. Amei, ainda amo. Sinto, como sinto. Milhares de sentimentos oriundos deste amor: felicidade, sofrimento, ciúme, desejo, entre tantos outros. Não há nada igual, mas, ainda assim, não o compreendo, pelo menos, não de todo.
Minha experiência deu-me a capacidade de perceber algumas características, como a covardia. Pergunte a qualquer pessoa que ame se ela prefere morrer antes ou depois da pessoa amada; a resposta quase sempre será: antes. Ninguém quer sofrer a perda da pessoa amada, na verdade prefere ir antes, mesmo sabendo que a pessoa que ficou vai sofrer tanto quanto ela sofreria. É ou não é covardia? Sim! O amor é covarde, mas também é corajoso, faz você tomar atitudes impensáveis em nome dele, até mesmo a de se oferecer à morte. Olha a antítese aí de novo.
O amor é incompreensível, posto que é antítese, metáfora e tantas outras figuras, unidas numa miscelânea sem forma ou fórmula exata. Ainda assim, é mola mestra. Não tem definição, mas é exatamente aquilo que nos define.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa tarde!

Muito obrigada pela visita!

Estava lendo o seu texto e gostei muito, em especial esta parte aqui:
"...sexo sem amor é aventura, sobrevive do tesão, que sem sentimento, invariavelmente acaba, embora muitas vezes, para não dizer quase sempre, deixe lembranças e histórias para o resto da vida..."

Concordo contigo!

Vou ler as tuas outras postagens,pela primeira visita, acho que os teus escritos tem muito a oferecer!

Kiso
=*


http://garotapendurada.blogspot.com/